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terça-feira, 30 de novembro de 2010

AS DUAS VINDAS DO SENHOR

Novo Ano litúrgico. Nova cor.
ADVENTO Nova Alegria. Nova Esperança.


“ Cada ano o Advento vem despertar-nos para a consciência e a responsabilidade de estarmos entre a primeira e a segunda vinda do Senhor. O que isto significa para mim HOJE?”


Entrando em qualquer Igreja Católica, a partir do dia 28 de Novembro, reparamos que algo mudou. Uma nova cor domina o ambiente. Passamos do verde ao roxo, cor própria do ADVENTO. Advento é um novo tempo litúrgico que nos oferece a chance de preparação para o Natal do Senhor. E não só.
No Advento, embora esteja presente a dimensão penitencial (vital para a vida cristã) o que constitui a tónica é o binómio: ESPERANÇA E ALEGRIA. Os cristãos colocam-se numa atitude de espera do Senhor que veio, que vem e virá. Sim, no Advento nossos olhos devem ir além do 25 de Dezembro para antever a beleza e o desafio de preparar o encontro com o Senhor Jesus que virá no fim dos tempos, cheio de glória e de poder.

Se já sabe que Jesus na sua primeira vinda, assumiu a natureza humana, isto é, Ele se fez homem pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, então já pode ver que temos aqui um contraste com o outro aspecto deste tempo litúrgico: a segunda vinda do Senhor. O Senhor virá. E em cada Natal é nisto também que se deve meditar. E esta meditação traz à memória a história da concepção e do nascimento de Jesus ao mesmo tempo que faz ressoar nos ouvidos e no coração dos ‘ouvintes’ na liturgia: Acorda! já é tempo de nos levantarmos do sono. O Dia já vem adiantado. Abandonemos as obras das trevas. Aqui está naturalmente, o apelo a praticar com perseverança as obras da luz. E nessa prática, com a força e a luz da fé, o cristão está a preparar a vinda gloriosa do Senhor. As duas vindas formam uma única realidade: a de JESUS, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que na primeira vinda se fez Criança, apresentando-se em tudo igual a nós excepto no pecado, e na segunda vinda, glorioso, virá julgar os vivos e os mortos e o seu Reino não terá fim. Já pensou nisto antes? Muito bem!
Ao clamar Maranatha - Vem, Senhor Jesus – o cristão antecipa e se prepara espiritualmente para acolher JESUS ama cada Natal representado no Presépio de Belém, mas também com isso ele aproxima aquele tempo em que Deus será tudo em todos, e a glória do Senhor brilhará, em oposição à simplicidade do presépio.
O Advento tem, portanto, estas duas dimensões, contrastantes e complementares. É preciso equilibrar os pratos da balança. Tomara que não fiquemos pela emoção das luzes e de tanta publicidade mercantilista. Senão, não vivemos nem a beleza do primeiro NATAL, Dom de Deus, nem a responsabilidade de agir na fé, e antecipar a Segunda vinda do Senhor.
Pensar nestas duas facetas do Advento, tem-me feito pensar que posso corresponder melhor ao que Deus quer de mim hoje.
BOM ADVENTO PRA VOCE E SUA FAMILIA A CAMINHO DO NATAL.

Padre José Álvaro BORJA.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Rezar ... Entregar-se

Rezar. Orar. Meditar. Falar. Contemplar. Cantar. Silenciar. Estar, simplesmente estar na presença do Senhor. Etc. Quantas vezes e de quantos modos uma pessoa pode fazer a experiência de Deus? Não sei o seu caso, mas cada dia aprendo a ver a vida em si mesma como uma janela para se ver Deus, relacionar-me com Ele. Depois de tentar caminhos complicados, que exigem muita preparação ou regras que eu coloco ou até às vezes imponho ao Senhor, a experiência de DEUS na minha vida mudou ultimamente. Para melhor, eu creio.
Tenho experimentado com surpresa e serena alegria, o acto de rezar como um acto de confiança na acção de Deus que supera a minha disposição psicológica ou os meus sentimentos, as minhas razões e condições. É um acto de amor. Gesto de entrega.
Tendo feito essa caminhada interior, agora, se estou bem disposto, rezo. Se não estou, rezo na mesma. Rezo quando estou tristeza e quando sinto alegria. Se sou amado ou desprezado. Rezo, independentemente de perceber ou não a resposta de Deus. Deus também fala no silêncio. O Espíritp Santo sopra onde Quer. Quando quer. Às vezes demora. Será? O que é certo é que Deus surpreende. Pensas encontrá-lo nesta esquina que você quer, e afinal, Ele já vai longe por outro caminho. Ou está tão perto do que eu penso. Não serão estes ‘desvios’ de Deus a consequência de uma oração em que eu manda em Deus, em vez de deixá-lo ser o Senhor como Ele realmente é?
Convencido estou de que a constância da oração-entrega tem dado um fruto excelente: a certeza da presença de um Deus que cuida e salva, além das minhas percepções e avaliações. Sobretudo, além do que eu mereço.
Não tem sido fácil. É um êxodo atribulado para um Apocalispe (uma revelação necessária)

Continuo tentando. Não importa se hoje eu falho. Tento de novo. Como tudo na vida, é preciso fazer caminho. E vou educando o meu coração, a minha mente e inteligência na certeza de que Deus me ouve porque me ama. Ouve quando corrige, avisa, ‘castiga’. Rezo pela certeza de que Ele me ama não porque sou bom (Só Deus é), mas para eu ser bom’, santo como Ele é. Agora acredito que Deus é Pai Providente, que Ele me vê e conhece as minhas necessidades e fraquezas. Por isso me abandono a Ele. Muito mais do que eu mesmo me conheço, Deus me conhece e cuida de mim. Venha tudo: doença, incompreensão, tristeza, desanimo, inimigos, sombras…, é na oração que vou tendo a certeza dessa infinita presença materna do Pai Eterno. Faz sentido? Qual é a sua experiência? (PZé Borja)