Pesquisar este blog

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Adeus, P. Bernardo e muito obrigado por tudo. Descanse em Paz a sua alma.

Eu tenho tentado partilhar convicções, ideias... Era pra fazer mais vezes. Todos os dias. Você pode ajudar. Não tenho feito tanto quanto desajaria. Quem sabe você pode ajudar partilhando também. Sua partilha pode despertar-me para algo que me possa motivar escrever. Afinal estamos na era do conhecimento partilhado porque estimulado pela interatividade.

Morreu ontem na Itália o Padre Bernardo Vaschetto, aos 75 anos de idade. Partiu para a casa do Pai depois de muito sofrer. Deixou de algum modo órfãs as comunidades cabo-verdianas nos EUA, especialmente Boston, Brockton, Scituate e New Bedford. Todas estão tristes e recordam as bênçãos que Deus lhes deu através do Padre Bernardo.


O Pe. Bernardo chegou a Cabo Verde em 1970. Trabalhou na ilha do Fogo e foi transferido 3 anos depois para S. Nicolau onde esteve até 1978. De volta à Itália, permaneceu aí uns anos e veio para os EUA em 15 de Julho de 1981. Foi incansável, dia e noite, em situações de alegria e de tristeza. Acompanhou as famílias, animou jovens, formou catequistas, fez retiros, etc.

SOFRIA, MAS ERA SORRIDENTE, amável, de bom coração, aberto a todos. Os emigrantes e quantos dele se aproximavam tinham nele um amparo certo. Sabia fazer as pessoas se sentirem em casa. Trabalhou com os jovens, que se recordam da sua atitude simples de atrair e agradar, sem deixar de ser exigente na liturgia e na formação da vida espiritual. Liderou muitas peregrinações aos santuários Marianos de Portugal, Itália e França. Muitas vezes foi também à Terra Santa.

O Pe. Bernardo marcou muita gente. Pessoas individualmente, grupos e famílias. Homens e mulheres formados na fé para o serviço da comunidade cristã e da sociedade em geral hoje devem a sua vivência espiritual ao paciente trabalho de formação cristã do Padre Bernardo e da equipa de padres que serviram a comunidade desde a chegada dos capuchinhos.

HOMEM DE CULTURA, ele publicou em 1987 um livro sobre a história da Igreja e sobre a cultura cabo-verdiana. Cheio de detalhes, muita gente pode sentir-se identificada com esse livro volumoso, porque o Pe. Bernardo é um homem de detalhes. Pesquisou em 8 bibliotecas (Lisboa, Paris e Roma, onde vasculhou os arquivos da Ordem…), mas ouviu primeiro as bibliotecas vivas, «guentis grandi» de S. Nicolau e de outras paragens para escrever o que o tempo leva quando a pessoa desaparece. Um homem admirável. De si mesmo dizia: ´coitado di mi. Mi é um pobre pecador ´. Isto é próprio de quem tem grande estatura moral e espiritual.

TESTEMUNHO PESSOAL

Eu (Pe. Zé) devo muito ao padre Bernardo que, depois do Padre Pio, foi quem melhor me acolheu de 2000 a 2004. Ele me encorajou nos momentos mais difíceis da doença e da vida. Com carinho me chamava Pe. Zezinho de Cabo Verde. Longe de mim merecer esse título, mas o que sobressaía era o desejo de estar próximo e fazer a pessoa caminhar, amparado pela caridade fraterna. Ao levantar o polegar, transmitia o lado positivo da vida e dizia a quem ele encontrava: ´Number One´ – Número um, referindo-se à pessoa. Assim era o Pe Bernardo.

Desejava tanto um dia poder rever o meu grande amigo P. Bernardo. Não pude, infelizmente. Agora, rezo por ele e agradeço a Deus por ter colocado na minha vida o sincero, simples, amigo, amável, inteligente e santo Padre Bernardo.

MORRER ENTRE OS CABO-VERDIANOS

O Pe. Bernardo queria viver e morrer entre os cabo-verdianos. O Senhor quis de outro jeito. Deus tem sempre razão. Obediente que sempre foi, o Padre BErnardo, mesmo sofrendo (e sofreu tantas incompreensões e injustiças, muitas pela defesa do povo e da cultura cabo-verdiana – dizia, ele certamente oferecia o sofrimento ao Pai.

Aos irmãos capuchinhos os nossos pêsames e união espiritual.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Foto com o Padre Lino(dir) e o Padre Bernardo. Dois amigos que apoiaram enquanto estive nos EUA. Deus vos pague, amigos. Muita saúde e PAz no vosso coração.

A Paz para ti, caro internauta

É com alegria que partilho com os amigos do meu blog algumas palavras sobre um novo CD que vai ser uma compilação de músicas em Português que estão nos meus 6 CDs (sendo 2 tipo single).
As 15 músicas dessa compilação foram escolhidas por dezenas de pessoas que têm os meus CDs e ouvem com alegria as minhas músicas e me incentivam nesta forma de evangelização. Como em toda escolha, umas coisas ficam dentro e outras fora. Eu mesmo achei que certas músicas mereceriam estar nesta selecção, mas não foram escolhidas. Estas 15 tiveram mais impacto em quem as indicou. O Espírito Santo fez ressoar no coração algo que ultrapassa a letra e a melodia. È natural. Ele sopre onde e como quer. Ainda bem.

Um outro CD poderá vir à luz para trazer a selecção de músicas em crioulo cabo-verdiano.

Porquê uma compilação a começar pelas músicas em Português? É para compartilhar com mais pessoas o que algumas já conhecem. Queria compartilhar com os cristãos do Brasil, de Portugal e dos países africanos que têm o Português como Língua Oficial e ainda com aqueles que entendem a língua de Camões, nossa herança comum.

O Concílio Vaticano, há quase 50 anos incentivou a diversidade no apostolado. Felizmente vai crescendo em número e qualidade os missionários activos no apostolado pela música. Tomara que abra espaço para a Palavra ser ouvida, meditada e vivida.

Algumas canções deste CD são excertos da Palavra que foram revestidas de melodia. O ouvinte saberá avaliar se fui ou não feliz na escolha da roupagem. A Palavra de Deus é que é vida. Não a música. E se esta for boa serva, terá cumprido o seu dever. É para isso que humildemente espero que sirvam estas músicas. Ao menos algumas.

É meu desejo apresentar em 2012 um CD com músicas inéditas por ocasião dos 25 anos da minha ordenação sacerdotal (28 de Junho). Ser padre é um dom de Deus que só pode ser sustentado pela infinita misericórdia do mesmo Deus e Pai, Fonte de todas as bênçãos. Cada dia peço a união espiritual dos que acreditam em Jesus, Rosto humano que veio revelar o Amor divino.

Padre Zé Álvaro Borja

Eu tenho tentado partilhar convicções, ideias...Quem sabe você pode ajudar partilhando também. Sua partilha pode despertar-me para algo que me possa motivar escrever. Afinal estamos na era do conhecimento partilhado por causa da interatividade da web 2.0